quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Dor de amor

Ontem conversei por tel, durante algum tempo, com uma amiga muito queria. Falávamos sobre o amor. Mais precisamente sobre o momento em que o amor vai embora. Ele acaba, mas permanece dentro da gente em forma de ausência. Na verdade, passamos meses, alguns anos, sofrendo não pelo amor que tínhamos pela pessoa. Sofremos porque é mais cômodo alimentar aquele sentimento a partir para a luta, a colocar a cara a tapa, topar se apaixonar de novo e até sofrer de novo. Algumas pessoas não aguentam isso. A gente sofre (eu não mais, acho) por uma coisa que não é o amor, sofre pela falta dele.

Hoje, ela encontrou um texto da Martha Medeiros, 'A despedida do Amor', que exprime bem este sentimento. Vou reproduzir alguns trechos:

Existe duas dores de amor. A primeira é quando a relação termina e a gente ..... A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender.... É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra.

A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: eu amo, logo existo.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.

2 comentários:

Surfista disse...

Querida, tenho uma opinião um pouco polêmica sobre o assunto. Por mais que esteja miúdo, reduzido, soterrado, machucado etc... o amor é eterno. Tirando graves exceções, a pessoa amada há dois dias ou dez ano será sempre amada. O amor pode se vestir de carinho, respeito, amizade, cumplicidade, mas será amor.

Karla Rúbia disse...

Rê, há muito penso numa coisa muito maior, mas q tem uma ligação forte com tudo isso a que vc se refere. Acho até q vale um longo bate-papo regado a uns bons chopes. Fato é que às vezes acho q somos apaixonamos pelo amor, pela paixão, pelo sentimento, pela idéia romântica de estarmos ligados a alguém. Vc acha isso possível? Vejo em muitos casos que a pessoa não é nada daquilo que imaginamos, não tem coisas em comum, não faz o nosso tipo, mas de alguma maneira nos deseja tanto, nos dedica tanto carinho, é tão nosso cúmplice, que acabamos nos apaixonando por aquele sentimento... q todo mundo almeja, é claro! O sentimento que vemos nos olhos do outro nos faz nos sentir mais especiais, escolhidos, eu diria... E aí nos deixamos envolver... Sou da opinião que, num mundo onde muiotos ainda têm uma visão romantizada, isso é comum. Talvez isso explique o fato de q é difícil deixar o outro ir embora de dentro de nós, mesmo quando ele não está mais ali, de corpo presente...