domingo, 9 de dezembro de 2007

Presunção

O Aurélio é claro: Presunção é o ato ou efeito de presumir; suposição, suspeita; vaidade.

Pq escrevo isso? Por um motivo simples. Há uns 8 meses saio com um carinha. São encontros semanais, a gente se diverte pra caramba e tal. Na segunda saída, decidimos esclarecer as coisas, assim, como num contrato: não vamos namorar. Não quereros namorar e sim curtir o que há de melhor na vida, se é que vcs me entendem.

Pois bem. Há umas três semanas eu e ele nos encontramos, por acaso, em um bar. O clima foi de constrangimento geral. Eu, que tinha ido lá paquerar um carinha certo (já que o clima havia se estabelecido na quinta-feira anterior), fiquei catatônica. A primeira coisa que passou pela minha cabela foi: preciso ir embora, entrou água no chopp. Acho que ele pensou o mesmo.

Certamente não estávamos preparados para aquele encontro, não assim, de repente, sem aviso. como assim??Não podemos quebrar contratos. O combinado era eu sair com minhas amigas, ele com os amigos dele e depois nos encontrarmos. Prático não? Foi assim por 8 meses até este fatídico encontro.

Nos cumprimentamos quase que por obrigação e ele, sabe-se lá pq, foi embora, sem avisar, depois de uns 20 minutos. Claro que ele tb não gostou nada daquilo. Começamos então a trocar frenéticas mensagens pelo celular, como de costume. Ele foi lá pra casa e discutimos. A primeira briga de um não casal é traumática para as duas partes e tive a comprovação disso hoje.

Passado todo este tempo ele, que até então me procurou uma única vez, e sem sucesso, disse para mim que tinha sumido pq ele percebeu que "o negócio estava ficando muito sério". Sim, contrato rasgado, o que fazer? Ele preferiu sumir, apesar da vontade de me ver, simplesmente porque não queria me magoar. Presunção, não?

Decidi então esclarecer uns pontos: "Vc acha que só saio com vc?" peguntei. Ele disse que não. E eu falei, é vc tá certo, saio com outros caras tb. "Então porque vc acha que só vc pode me magoar?" indaguei, sem resposta, claro. Falei pra caralho, como de costume, e provei por A+B que ele não tinha com o que se preocupar. Ele então, curioso, perguntou "Já estreou o apt novo?" Como assim??? Na boa, o cara, que nem meu namorado é, mostrou preocupação, queria saber se eu já tinha levado alguém pra minha casa.

Disse que não tinha levado, mas que isso não significava que não tinha saído com outra pessoa. Disse a ele que minha casa estava muito bagunçada para levar alguém lá. Ele então disse que isso era bobeira e que qq homem entenderia. Ele mandou: "Porra os homens só querem saber daquilo". Bem, acho que este foi o trecho mais sincero de toda a conversa, pelo menos da parte dele. Enfim, ficamos falando mais um tempo, bobeiras, nada de grande relevância.

O que me incomodou mesmo foi a presunção dele e, por certa vez, minha tb. Pq cargas d´água as pessoas são assim? Pq tentamos prever o que os outros pensam, como agem, pq não deixamos as coisas rolarem, sem medo. Pq não nos entregamos? Pq nos achamos tão importantes na vida do outro? Pq nunca sabemos nosso real valor?

Quer dizer que as coisas ficaram sérias demais? Então, por presunção, ele decidiu parar de me ver. O cara achava que eu estava muito apaixonada e decidiu sumir para não me magoar. Ora, ele deveria pensar então que se eu o amasse, como ele acredita, eu sofreria com seu sumiço, não. Que tipo de bondade é esta? Olha, sou tão generoso que, para não te magoar estou saindo de fininho.... Na boaaa. Estamos no século 21, era da comunicação e a expressão oral é ainda uma caixinha de surpresa. As pessoas têm medo de falarem abertamente sobre o que pensam e sentem. Caralhoooo. Que merda hein.

Aí, certamente, vem vc, leitor, perguntará pq decidi abrir esta história aqui no blog. Será que, se o cara ler, não ficará magoadinho? Pouco me importa. O motivo de escrever isso aqui é simples: não faça o mesmo. Não seja presunçoso. Não julgue os outros por suas perspectivas, não se faça de bom-moço.

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