quinta-feira, 29 de maio de 2008

Aêêêêêêê

Mais uma colaboração da jornalista e amiga karla Rúbia:


Afinal, onde fica o tal Reino da Caveira de Cristal?

Esta é para quem já teve o prazer (?) de assistir ao incansável Harrison Ford no novo Indiana Jones. Na sua opinião, onde fica o Reino da Caveira de Cristal, que dá nome ao filme? Vou dar três opções: a) na Amazônia; b) em Machu Picchu; c) nas Cataratas do Iguaçu.

Sugeri o mesmo desafio aos amigos que foram ao cinema assistir à quarta aventura do herói do chicote e ninguém soube responder. Aliás, uma chegou a dizer que o tal reino era o da Xuxa, porque era de cristal. Risos à parte, vamos combinar que o filme é mais uma alucinação do Spielberg, que depois desta película carimbou de vez seu passaporte para o centro psiquiátrico mais perto de Hollywood. O dele e de todos os roteiristas que nem se deram ao trabalho de fazer uma pesquisa sobre o que é e onde fica esta tal Floresta Amazônica.

Tá certo que o filme já é o sexto em renda em menos de uma semana após ter sido lançado, mas o tal brinca com a inteligência do telespectador. Ou será que não devemos mencionar este detalhe quando se fala em filme de ação? Sim, porque foi isso que li nas críticas sobre o lançamento. Que o sexagenário Ford (que, aliás, envelhece bem como vinho) pilotava uma aventura comparável a um James Bond. Até aí, morreu Neves.

Pensei: isso quer dizer que temos que ir dispostos a qualquer absurdo à la aventuras do cara que ao som do Duran Duran nunca morre. Só que não pensei que Indiana fosse tão longe. Chega a ser sacanagem com o cara que é fã da trilogia inicial e tem um mínimo de sensibilidade. Ou isso é só para nós, brasileiros, que vivemos dia-e-noite sob uma saraivada de notícias sobre o tal “pulmão do mundo”?

O filme começa bem ao som daquela trilha ma-ra-vi-lho-sa de John Williams – a que já estávamos com saudades há 19 anos – e vai bem até a metade. É diversão garantida ao lado de um sacão de pipoca e um refri. Mas daí para frente o negócio começa a “degringolar” e mesmo desligando o cérebro a situação piora a cada nova cena. Basta dizer que o jovem Mutt (Shia LaBeouf) corta a selva pendurado em cipós juntos com os macacos, lembrando um Tarzan amazonense; os antagonistas enfrentam um exército de sinistras formigas comedoras; os heróis despencam de um tal rio (que só Deus sabe qual é naquela região) com quedas d´água típicas das Cataratas do Iguaçu e desembarcam numa cidade que é a cara de Macchu Picchu.

Cheio de efeitos especiais, o filme fez a cabeça da crítica que fica receosa de meter o pau na meca do cinema, mas decepciona quem esperava uma aventura do quilate de um daqueles três primeiros da série. Um Indy empoeirado, bom manejador de chicotes e cheio de lero-lero que chega a lembrar o Macgyver...

Estou certa que a tal caveira vai se levantar da tumba para processar Spielberg quando se tocar da barbeiragem que o diretor fez do seu filme. Também não dava para esperar muito do cara que fez “Guerra dos Mundos”. Enfim, fica para o próximo.

Um comentário:

Anônimo disse...

tô feliz em ler este post.

pensei q só eu tinha notado esses "desvaneios" no roteiro. me decepcionei bastante com o filme. espero q ñ inventem um quinto.