terça-feira, 27 de maio de 2008

Somos....

... sugados pelas obrigações diárias e, volta e meia, não damos atenção devida a alguns momentos únicos, coisas aparentemente pequenas, mas muito importantes. Ontem, tive dois destes momentos e só fui me dar conta deles minutos antes de dormir.

O primeiro aconteceu pela manhã. Estava brincando com minha sobrinha antes de vir pro jornal e ela disse "Dinda, quero fazer xixi". Parece bobeira, mas não é. Só quem tem por perto uma criança de dois anos e meio sabe como é importante o momento de largar as fraldas.

Ela está nesta fase. Tem passado horas do dia de calcinha e, apertada, se viu diante de um impasse: queria urinar, mas não conseguia abaixar a calcinha e abrir o penico ao mesmo tempo. Momento fofo. Ajudei-a e vi a satisfação da menina. Depois, jogamos o xixi fora, na privada, e lavamos o penico. Ela ficou muiiito feliz por saber que aquele era um momento importante pra ela. Eu, idiota, só fui me dar conta disso bem mais tarde.

O segundo momento protagonizei por telefone, com minha irmã mais nova. Enrolada com meus inúmeros afazeres no jornal, ela me ligou e pediu que eu checasse uma informação pra ela na internet. Lá fui eu, com aquela má vontade, mas fiz, claro.

Na hora, não tinha noção de como aquilo era importante. Apesar de termos apenas 11 meses de diferença, termos estudado nos mesmos colégios, compartilhado muita coisas na vida, há um abismo entre a gente. Quem nos conhece, sabe. Gostos diferentes, quereres, desejos. Tudo diferente.

Pois bem, eu li a informação que ela precisava e, em seguida, ela caiu em prantos. De felicidade claro. Eu, só fui chorar horas mais tarde, na cama, tb de felicidade por ter tido a oportunidade de compartilhar mais um momento com ela, de saber que aquilo era de fato decisivo para ela.

À noite, saquei que eu também já tive destes momentos e como é satisfatório alcançar objetivos. A gente passa anos torcendo para uma coisa acontecer, batalhando por algo e é muito bacana quando acontece. Na minha vida, sempre que tive momentos assim, liguei pra minha mãe e, claro, sempre chorei com ela ao telefone. A vida é foda. Vamos prestar atenção aos pequenos detalhes do dia. Eles nos revigoram.

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