segunda-feira, 21 de julho de 2008

Distância

A distância é, pelo menos para mim, um tema complicado. Em alguns casos, ficar longe de alguém nos ajuda. E muito. Ajuda a esquecer, ajuda a não sofrer. Em outros, porém, ficar distante do que se quer, do que se gosta, é bem ruim. Não digo isso pela falta de contato físico, mas por todas as outras coisas que vc só consegue sacar quando está cara-a-cara com o outro. Falo sobre aquele sorriso meio de lado, da expressão de satisfação, de afago. Sobre o olhar maroto, sapeca. Tudo isso se perde nas mensagens por msn, por celular, por e-mail.

Tenho andado distante de muitas pessoas queridas e os motivos são os mais variados possíveis. De uns, a distância é mesmo forçada, física, quilômetros e mais quilômetros. De outros, a distância é mesmo por falta de tempo, pelo excesso de trabalho. Alguns estão chateados comigo. Eu sei. Acham que mudei. Mas não é verdade. A vida está corrida mesmo. Sabe, tem uns dias em que não consigo parar nem mesmo para escrever aqui no blog ou ler todos os e-mails que mandam pra mim. Há também mensagens de celular que não consigo responder. A vida está acelerada, corrida, passando... e decidi esperar passar.

Parece estranho né? Quem me conhece bem sabe que não sou o tipo de pessoa que senta e espera. Pois bem. Agora tracei alguns objetivos para a minha vida e todo o resto, tudo o que está à margem deste objetivo, fica de lado, fica à espera. Vou sentar e esperar para ver o que os outros que estão ao meu redor vão fazer, como vão se movimentar, como a atitude destas pessoas, e suas decisões, vão afetar a minha vida.

Conversei muito com uma amiga hoje sobre isso. Ela está certíssima quando diz que não sou o tipo de mulher que deve aceitar determinadas atitudes, que o relacionamento que tenho com uma pessoa está longe de ser o que desejo pra minha vida. Mas, sinceramente, e sei que é difícil compreender isso, esta e outras questões não são prioridades para mim. Não agora, não neste momento específico. Até quando isso vai durar? Não sei. Espero que não muito.

Hoje, na terapia, ficou bem claro pra mim que existem duas Renatas morando dentro de mim: a decidida, bem resolvida, que sabe o que esperar do trabalho, que não se acomoda, nem se acovarda diante dos desafios, que corre mesmo atrás do que quer e não espera nada cair do céu. A que assume a dianteira, sempre. E tem a outra Renata, não menos acelerada, mas muito romântica, que sonha todos os dias com um ideal de vida, que deposita expectativas em algumas coisas. Que fraqueja diante de um sorriso, de um aceno, que aceita pouco dos outros porque é mega compreensiva e sempre fica elocubrando o que levou alguma pessoa a tomar determinada atitude. Que fica angustiada por não conseguir ajudar a todos ao seu redor. O problema é que esta última Renata ainda não aprendeu muito bem como se posicionar diante do mundo. É uma Renata pacífica demais. Muito incoerente, como a vida, enfim.

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