quarta-feira, 2 de julho de 2008

Morte

Volta e meia a morte cruza o meu caminho (sim, sei que cruza o de todos, mas no meu caso, na boaaaaa, são muitas vezes). Hoje, logo no café da manhã, eu que dormi aqui na casa da minha mãe (parece q Deus estava adivinhando) tive a notícia de que uma pessoa muito próxima e querida, que me considerava como uma neta, faleceu.

Dona Marli, carinhosamente como era chamada por todos aqui em casa, era uma guerreira. Teve cinco filhos, perdeu um deles por volta dos 40 e poucos anos e, a partir daí, viu seu casamento desabar. Seu marido a trocou por uma menina de 20 anos e sua vida passou a ser em CTIs de hospitais. Sempre internada com um problema e com a já parceira depressão.

Sem forças, nos últimos meses ela usava uma cadeira de rodas. Vaidosa, tinha vergonha de ir a locais públicos assim e sempre se desculpava. Mas se desculpar de que? Uma senhora muito educada, refinada e com o coração do tamanho do mundo. Apaixonada pela família. E que família.

Quando meu pai morreu, há 12 anos, e a minha família paterna biológica virou as costas para a gente (tudo por causa de $$), foi a família de Dona Marli que acolheu a mim, minhas irmãs e mãe. Uma de suas filhas, Márcia, é hoje carne e unha da minha mãe. Elas não se desgrudam e, por isso, coube à minha mãe ir até o trabalho dela dar a notícia. Péssima notícia. Hoje, perdi mais uma avó, é a terceira avó que se vai (e isso sem contar com as duas bisas). Não posso e nem devo reclamar. Sei que foi o melhor para ela. Agora, Dona Marli terá o descanso merecido, a paz que tanto procurou.

De certa forma, tenho que admitir, que o confrontamento com a morte (mais uma vez) me joga um balde de água na cara, me chama para a realidade. Me faz acordar dos acontecimentos do fim de semana. Afinal, o que importa de verdade nesta vida? As pessoas que amamos (escrevo sobre aquelas que só nós amamos, onde a recíproca não é verdadeira) ou as que nos amam? O que vamos deixar aqui? Tudo? Nada? O que estamos fazendo de bom para o próximo? Quem merece nosso abraço, nosso beijo, nossas lágrimas? Não sei quanto aos leitores, mas, para mim, é hora de rever alguns conceitos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Rê, que triste! Sobre as suas indagações, pensei bastante mas nem dá pra filosofar aqui. Só mesmo num encontro assim que a Claudia voltar e a Janaína melhorar - ainda bem que vc não veio aqui em casa, o rotavírus passou o rodo. Janaína, Méri, Cacá e eu virando do aveso... affffff bjos mil