quarta-feira, 1 de outubro de 2008

VOTONOVELA

Durante todo o período de campanha, o JB publicou uma coluna muito boa. Escrita por Marcelo Migliaccio, óbeveo, a coluna VOTONOVELA tem um texto simples, rico, ágil e muito bem humorado. Eis a coluna de hoje. Divirta-se:

Quem não viu o horário gratuito perdeu o melhor da festa!

Pesquisas dizem que mais da metade da população não assistiu ao horário eleitoral gratuito. Não sabem o que perderam. Agora que está acabando, já sinto até saudades. É tão raro o Brasil mostrar a cara na televisão... Ou você acha que somos feios só de Carolina Dieckman e Rodrigo Santoro? Mas fiquei devendo uma passeada pelas campanhas para prefeito nos outros municípios _ porque a de vereador era tão interessante que nem sobrou tempo para os majoritários. Vamos lá.

Em Nova Iguaçu, os candidatos dos aliados e amigos de infância Lula e Cabral estão se engalfinhando. De um lado, Nelson Bornier (PMDB), mais um aluno do curso de oratória do Filipe Pereira. Em cada pausa que ele faz antes de continuar a falar dava para construir mais dois viadutos... Do outro lado, Lindberg Farias (PT), com seu sotaque nordestino arretado. Em busca da reeleição, o petista disse que o barulho das britadeiras não vai parar. Das duas uma: ou ele conserta a cidade, ou deixa a população iguaçuana surda de vez. Agora, me explique uma coisa. Lula não apareceu na campanha do correligionário Molon na capital para não desagradar aliados como o próprio Cabral. Mas o nosso governador não tem o menor pudor em se esgoelar pedindo votos em Bornier no palanque e na TV. Parece um jogo desigual. Melhor o Cabral continuar a praia, treinando com o Paes para ser goleiro, porque para isso ele leva jeito...

Mudando de assunto, uma lágrima furtiva me escorreu do olho esquerdo ao ver uma pungente demonsração de união familiar na disputa para a prefeitura de São Gonçalo: a mãe da candidata Aparecida Panicet pedindo votos para a filha no horário da TV. Eu, que já tinha visto cartazes da atual prefeita pela cidade, fiquei também espantado com a semelhança dos traços _ o que é a genética, divaguei... Mas que nada, quem estava diante das câmeras era a própria Aparecida, que ali não pôde recorrer às benesses do tratamento de fotos em computador! Se perder a eleição, ela pode, tranquilamente, se tornar garota-propaganda do programa Photoshop ou dos computadores Macintosh. Acho que ela ganha até da Xuxa em número de retoques...

Em Caxias, Washington Reis (PMDB), mais um que aprendeu a discursar com o Filipe Pereira, tenta, entre uma engasgada e outra, impedir a volta ao poder do ex-prefeito Zito (PSDB), que tem mais pinta de segurança de boate do que de político. Conhecendo a tradição pacífica do município, o tucano já ganhou. Dizem que vai tomar posse vestindo um daqueles coletes pretos em que se lê "apoio" nas costas...

E, em Niterói, o eterno Jorge Roberto Silveira foi à TV dizer que todo o povo da cidade é como uma grande família. Vá ter cunhado chato assim lá adiante...

Antes que a festa acabe, vamos ajustar as contas com os leitores. Luciano Rouanet Bastos, atento e com ótima memória, me corrige que o candidato do PDS na eleição municipal de 1985 (aquela do Carlos Imperial!) era Heitor Furtado e não Wilson Leite Passos, postulante a vereador que eu vi morrendo de rir do "disco voador" Medina nos estúdios da TVE. E Paulo Henrique Machado lembra que, em 82, Sandra Cavalcante realmente processou Miro Teixeira por calúnia (a história dos mendigos jogados no Rio da Guarda), mas depois ambos fizeram um acordo. Ah, a política...

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