sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Papo em dia

Ontem foi um dia atípico. Além de ter passado a tarde/noite em um camping (algo que nunca havia feito em 30 anos de vida), eu tive uma papo-cabeça com um ex. Sabe, aquele velho lance de discutir relação. Detalhe: uma relação que já não existe mais. Foram duas horas e pouco de conversa. Muitas explicações, acusações, lavação de roupa suja mesmo. Mas foi bom, acredite.

Estranhamente hoje acordei melhor, sem peso nos ombros. Senti uma sensação de paz estranha enquanto dirigia para o jornal. Certamente eu precisava falar, despejar meses de análise. Contar os sufocos do último ano, os medos, e como cresci, como aprendi sobre mim, sobre como pautei minhas decisões nos últimos 15 anos. Pode parecer estranho, e algumas amigas duvidam, mas a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida foi esta relação ter acabado.

Eu corria o sério risco de permanecer na ignorância sobre mim mesmo durante muito tempo. Sei lá, talvez morresse sem me conhecer, sem saber o que quero, o que busco, o que me incomoda nos outros. Percebo que hoje analiso mais minhas decisões. Sempre fui impulsiva, ainda sou reativa, é verdade, mas tenho corrido de relações que não me satisfazem por completo com mais agilidade. Não quero perder tempo. Se tem algo errado, passo adiante. Não caio mais no erro de tentar mudar, melhorar, dar um jeitinho. Não vou aceitando esmolas, não quero me contentar com pouco só pq tenho medo da morte, do fim.

Não negocio mais meus sonhos, minhas vontades. Sim, concordo que em um relacionamento a gente deve ceder. Mas tudo tem um limite e este limite é sempre imposto pelas nossas vontades mais profundas. Hoje, seria impossível ficar com alguém que não atende às minhas necessidades, que não respeita minhas vontades, que caga solenemente para meus desejos. Se tem uma coisa que aprendi é que respeitar os quereres do outro, mesmo que vc não concorde com eles, é fundamental para a saúde e longevidade de qualquer relação.

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